quinta-feira, 13 de maio de 2010

Só servimos enquanto servimos.

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Hoje, se me olho não me reconheço.
Não sou eu, não, não pode ser...
Essa escuridão que me cerca não pode ser real, ainda ontem ela não estava aqui.
O que houve?
O que eu fiz?
Por que?
Não, não é possível...
Deve ser um tenebroso pesadelo.
...
Hoje, a única coisa que posso afirmar é que é lastimável certificar-se que para os outros somos "descartáveis"...sim, descartáveis... a palavra não é forte, nem exagerada, é real.
Só servimos enquanto servimos.
Quando não há mais água na fonte, é simples, fácil e rápido: "Procuremos outra fonte!"
De preferência rica e viçosa...
Deus, meu coração dói de tal maneira... é melhor não tentar descrever. Nem o mais sábio, nem um gênio, nem um catedrático, nem o mais renomado cientista; ninguém, absolutamente ninguém seria capaz de descrever o tamanho da minha dor, a consistência dela. Sim, porque ela chega a ser palpável. Jamais, nenhum ser vivente poderia descrever a decepção que impulsiona essa dor, que alimenta essa amargura...ninguém, em absoluto.
...
Pudera eu voltar ao passado... não tão longe, passado próximo. E tudo seria direferente, sim...eu disse TUDO.
É decepcionante ver quanto o ser humano é asqueroso, com raras ressalvas. Mas, por que então não vão ferir e ensanguentar o âmago de outro ser asqueroso assim como ele?
Justo eu? Tinha mesmo de ser comigo?
O pior de tudo é a reincidência...
E eu que não tomo providência e trago logo à minha vida decência!
Tenho de parar de viver de muletas, o relacionamento humano em minha vida tem sido como muletas emocionalmente falando.
Tenho de ser dura, realista (ainda mais!) e descrer de uma vez por todas na sinceridade humana.
Não há sinceridade, é um jogo de interesses... como eu disse: Só servimos enquanto servimos.
...
Se hoje me fosse dada a chance de mudar de nome, me auto denominaria 'Desaparecida'... de tanto sofrer sinto que sumi...
Sintetizando:
De nada adianta sinceridade ao outro,
de nada adianta entrega ao outro,
de nada adianta doar-se ao outro,
de nada adianta ceder ao outro,
de nada adianta...nada ao outro.
Afinal de contas, só servimos enquanto servimos.

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